Rosana Souto mora em Curitiba, é formada em engenheira química, mas atua como terapeuta floral há 30 anos e atende pacientes autistas há 14 anos. É practitioner certificada e professora autorizada da Flower Essence Society (Califórnia-EUA) e dos florais de Bach Healingherbs (Inglaterra) e mestre practitioner dos florais de Saint Germain.
Há 14 anos, a terapeuta floral Rosana Souto, de Curitiba, deu início a um trabalho que vem revelando como os florais são importantes no tratamento dos portadores do Transtorno do Espectro Autista (TEA) e também de seus cuidadores que enfrentam muitos desafios – principalmente o elevado nível de estresse.
“O tratamento visa dar mais autonomia a eles. As melhoras repercutem no sono, nas estereotipias, na sensibilidade auditiva, na fala e na agitação, por exemplo”, conta Rosana.
Hoje a terapeuta atua como voluntária na Associação de Atendimento e Apoio ao Autista (AAMPARA), na capital paranaense, atendendo as crianças e suas mães com as essências florais. Também está à frente do Projeto Jardim Azul. “Um projeto de pesquisa livre a distância, que criei para atender ao pedido de mães que me procuravam em busca de atendimento floral para seus filhos autistas.”
Rosana Souto mora em Curitiba, é formada em engenheira química, mas atua como terapeuta floral há 30 anos e atende pacientes autistas há 14 anos. É practitioner certificada e professora autorizada da Flower Essence Society (Califórnia-EUA) e dos florais de Bach Healingherbs (Inglaterra) e mestre practitioner dos florais de Saint Germain.
O que é o autismo e o que define uma pessoa autista?
O autismo, mais recentemente chamado de Transtorno do Espectro Autista (TEA), é considerado uma desordem cerebral que impacta o desenvolvimento da pessoa, especialmente com relação à comunicação e interação social. Dependendo de sua intensidade – leve, moderada ou severa -, pode representar um grande desafio social e comportamental, comprometendo, muitas vezes, o aprendizado, o crescimento sadio e a autonomia da pessoa.
Quais são as causas?
As causas do autismo ainda são uma incógnita. Há várias linhas de pesquisa, destacando-se a genética e a influência de poluentes ambientais, como os agrotóxicos. No entanto, nada ainda é conclusivo.
Como é o comportamento de uma pessoa com autismo?
Não podemos generalizar. Sendo um transtorno individualizado, cada pessoa apresenta um comportamento único. Alguns podem ter mais dificuldade em alguma área do que outros. No entanto, alguns traços são bem característicos do transtorno, como: dificuldade com o contato visual, isolamento, dificuldade com a linguagem ou ecolalia (repetição de palavras ou frases sem entender o significado), dificuldade com mudanças de rotinas, interesses restritos e/ou fixos, movimentos repetitivos (as estereotipias, como bater, balançar ou girar), reações intensas a sons, cheiros, sabores, texturas, luzes e ou cores. Muitos apresentam uma agitação, aceleração intensa e podem ter muita dificuldade para controlar suas emoções. Alguns podem apresentar atitudes autodestrutivas, como: morder-se ou bater a cabeça repetidas vezes, machucando-se ou, ainda, reagir com muita agressividade ao serem contrariados.
Por outro lado, algumas crianças podem expressar dons únicos, como na música, no desenho, na ciência ou nas letras, sendo até capaz de ler o alfabeto em diferentes línguas. No entanto, nem todo autista é superdotado. Muito pelo contrário. Alguns podem apresentar comprometimento intelectual também. De modo geral, venho percebendo que a hipersensibilidade é um fator comum à grande maioria dos portadores de TEA, fator este que os torna muito vulneráveis ao ambiente externo.
Como você avalia a atuação dos florais no tratamento com as pessoas com TEA?
Os florais têm sido grandes aliados dos portadores de autismo. Seu conceito inovador, livre de princípios químicos ativos, os torna muito seguros de serem usados sem risco de efeitos colaterais ou interações medicamentosas. Com eles, o que se busca é um tratamento que vise a autonomia. Muitos deles, como falei anteriormente, têm uma agitação, hiperatividade extrema e que leva à comportamentos dentro de uma estereotipia.
Portanto, todo o tratamento com a terapia floral para o portador de autismo é visando harmonizar essas características, que impedem ou dificultam o convívio social ou o aprendizado. O Pedro, que foi meu primeiro paciente com TEA, era um autista clássico. E ele foi meu aprendizado com relação ao autismo e me ajudou a validar os benefícios que as essências florais representam para lidar com este público.
Como ele se apresentou?
Um dia, sua mãe surgiu em meu consultório e interpelou-me na sala de espera. “Você atende meu filho?”. Era um pedido desesperado. Pedro não parava quieto, não fixava o olhar, não adoecia… Começamos o tratamento. Com ele, utilizei essências de diversos sistemas florais (Bach, Califórnia, St Germain, Alasca, dentre outros), que compunham longas fórmulas. De uma pessoa que não parava de andar dentro de casa, Pedro passou a assistir programas de televisão, reduziu bastante as estereotipias, passou a expressar, falar sua vontade quando lhe convinha, passou a ter um comportamento social que fez com que ele pudesse sair mais com os cuidadores, começou a adorar passear,… Com isso, a mãe do Pedro pode se reunir com as amigas, fazer academia… isso é muita coisa. Essas condições limitam muito a vida das mães.
Quais são os grandes desafios que elas ou os pais ou cuidadores encontram?
O estresse de uma mãe de um autista pode ser comparado a um estresse de soldado de guerra. Essas mães têm dedicação total a esses filhos. Muitas vezes, os pais não estão mais presentes quando vem o diagnóstico. Então, muitas delas cuidam desses filhos sozinhas. É muito triste porque muitas não veem saída. Então, o objetivo do tratamento é também dar qualidade de vida a essas mães, que elas também possam ter uma vida. E essa é a minha meta para elas e para essas crianças. Há mães que me relatam melhoras já na primeira semana tomando os florais.
Quais melhoras?
Melhora no sono, nas estereotipias, na sensibilidade auditiva, dizem que o filho foi numa festa e não entrou em crise, que o barulho não o perturbou demais. Têm crianças que não falavam nada e começam a se expressar. Uma vez recebi um vídeo de uma mãe me agradecendo, pois a criança a tinha chamado de mãe pela primeira vez. Uma outra mãe relatava que a filha era muito resmungona e no primeiro mês tomando florais, ela, em vez de resmungar, passou a cantarolar uma música que ela cantava quando a filha era bebê, uma cantiga de ninar. Mas, a maioria das mães falam sobre as muitas mudanças em termos da agitação. Isso só com os florais, sem outros elementos.
Então, os florais realmente ajudam os portadores de autismo?
Sim, mas é importante deixar claro: o floral não é um medicamento que vai curar o autismo, que vai reduzir essas condições de um dia para o outro. Não existe floral que cure autismo, assim como não tem floral que cura dor de cabeça. Mas o floral pode ajudar essa criança, esse adulto autista a harmonizar essas questões que estão desequilibradas há tantos anos, criando um novo jeito de interagir com a vida e com os outros. Alguns têm essa melhora imediata e outros podem apresentar alguma resistência, o que é normal.
Que tipo de resistência?
Na terapia floral, nós consideramos o indivíduo como um todo. Não somos só matéria, estamos a partir de Einstein para entender o corpo humano como o intercâmbio dinâmico de energia, matéria e luz. Então, qualquer mexidinha nessas variáveis, pode acarretar um rearranjo das mesmas e, nos autistas, essa talvez seja a questão mais delicada do tratamento porque eles têm uma sensibilidade muito grande. Às vezes, no início, vem um aumento de agitação, daí eu peço para a mãe intensificar a dosagem ou usar algum floral em spray na casa porque o ambiente que a criança vive influencia demais no comportamento delas. As crianças são esponjas e os autistas são muito mais esponjas. Quando mudamos a fórmula, precisamos observarreação. Têm crianças que vão num crescente de harmonização, mas têm aquelas que resistem mais à mudança dos padrões disfuncionais.
Há algo mais que gostaria de dizer?
Sim. No Brasil, os portadores de TEA são amparados legalmente pela lei 12762, de 27 de dezembro de 2012, também conhecida como Lei Berenice Piana, que institui a política nacional de proteção dos direitos da pessoa com transtorno do espectro autista e altera o § 3o do art. 98 da lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990.
Por: Keila Bis
Fonte: Grupo Healing
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