Caxias do Sul sediou evento que sugere ação local para empregar pessoas com autismo nas empresas da cidade
Uma ideia a ser copiada. O Instituto UniTEA, de Caxias do Sul (RS), realizou evento “TEAtualizar” na noite desta quinta-feira, 7 de novembro de 2019, enfatizando a importância de empregar pessoas com autismo. Mais que isso, lançaram a ideia de unir diversas empresas da cidade para um treinamento em conjunto a fim de empregar 15 autistas em Caxias do Sul. O treinamento seria local e feito pela Specialisterne, empresa dinamarquesa especialista em preparar autistas para o mercado de trabalho, com presença no Brasil desde 2015.
O evento iniciou com o relato de experiência positivas com autistas empregados. A primeira foi a Inbetta, indústria com mais de 50 milhões de produtos diferentes no mercado. Com 2.600 funcionário, 114 são pessoas com deficiência (PcD) — sendo 63 com deficiências intelectual ou psicossociais —, destes, 4 são autistas.
O segundo caso de sucesso foi relatado pela SAP, que tem uma unidade próxima de lá, em São Leopoldo (RS). Com o programa “Autism at Work”, iniciado em 2013 dedicado a empregar autistas, a iniciativa se espalhou pelo mundo e chegou ao Brasil em 2015. Hoje o programa existe em 13 países. São 3.500 pessoas com deficiência na SAP, sendo 155 autistas. No Brasil, 14 autistas, de um total de aproximadamente 2.100 funcionários no país.
Treinamento
Para incrementar os casos positivo de inclusão de autistas, veio o diretor geral da Specialisterne Brasil, Marcelo Vitoriano, contar como a empresa já treinou mais de 140 pessoas com autismo no país, estando, desses, 102 empregados, nos 4 anos de atuação no Brasil. Marcelo trouxe números importantes neste cenário: “um estudo revelou que 85% dos autistas não estão empregados nos EUA” e “pesquisa na Inglaterra sugere que autistas de alto funcionamento têm 3 vezes mais dificuldade de conseguir emprego do que autistas com alguma deficiência intelectual”. Ele mostrou ainda o quanto a empresa ganhar ao contratar uma pessoa com autismo, ainda mais quando tanto o candidato quanto a empresa são treinados para que essa inclusão seja efetiva. “Normalmente as empresa começam contratando para cumprir a cota de PcD, depois veem o valor da pessoa com autismo e nos procuram para contratar mais, pela eficiência, na maioria das vezes”, relatou Marcelo.
Proposta
Por último, Daniel Ely, do Instituto UniTEA, veio trazer a ideia a ser proposta para a cidade: reunir 4 ou 5 empresas para trazer um treinamento local de três meses da Specialisterne em Caxias do Sul e criar, assim, inicialmente, 15 vagas para autistas na cidade.
Uma união de forças proposta que qualquer cidade poderia fazer, ou mesmo microrregiões do país e levar a inclusão efetiva da pessoa com autismo ao mercado de trabalho. Uma ideia, sem dúvida, a ser copiada por qualquer cidade.
Sobre o autor: Head de conteúdo da Tismoo, foi ao evento a convite do Instituto UniTEA.
https://tismoo.us/comunidade/unitea-faz-evento-sobre-empregabilidade-de-autistas-no-sul/
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